Abres-me a janela da alma e instalas-te em mim com a suavidade da brisa fresca da manhã, rejuvenescedora, sem mácula. Mas o que me fazes sentir é um furacão, ciclone, tufão que arrasa á passagem do estabelecido. Nas palavras que me sopras sinto aragem mediterrânica quente e sedutora, que me empurra e me torna cabo das tormentas na dobra sinuosa do meu eu... E qual nau Catrineta vogo nessas águas de cristal, velas enfunadas pelo teu sopro. Agarrado ao leme sinto a indecisão que te assola na direcção que me queres dar, crio pontos de amarras no meu convés na esperança de um porto de abrigo onde lançar âncora. Mas como a minha nau és ilha perdida que procuro ansiosamente encontrar. Quero ancorar na tua alma mas não te encontro na minha bússola. Deixo a minha proa seguir o seu caminho carrego na popa o espólio do teu carinho. Àhh, eu pirata, encostar a ti de bombordo gritando “á carga” de espada entre os dentes, gume afiado, apunhalar-te de paixão. Assim, deixo-me ir, quilha contra a razão esperando que cabo das tormentas se torne cabo de boa esperança, que me encaminha para as cálidas águas do Indico… Azuis, como podiam ser os teus olhos.
O Hino Americano(Sketch 52) - lud
Há 1 hora
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