quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Aldeia em lista de espera


  • Na rua cinzenta as folhas cinzentas

    Na tarde de Outono cinzento

    Ladeado de verão azul e inverno negro



    As folhas cinzentas em matizes de púrpura

    Sangue

    Enovelam-se no vento

    Que sopra frio de norte



    E morre esbatido na gola levantada

    Preta, prenúncio de morte



    Na taberna, negro xisto, os velhos

    Jogam ases contra o trunfo da espera

    Negra, matizada de cinzento

    Dos mil dedos que a acariciam.



    Dedos que seguram cigarros

    Que seguram cinza, cinzenta

    Que o trunfo de gravidade há-de ganhar.

    Mãos cinzentas de ossos que prendem a carne

    Que o tempo teima em enrugar.



    Lusco-fusco na taberna,

    A morte em lista de espera...

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