quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

2 rios


Fiz um poema que falava de 2 rios

Um impetuoso, outro calmo

Um sereno outro bravio

Um preguiçoso, outro corredio

Um eu, outro tu

Eu corrente de fragas batidas nas rochas

Tu esmero de seixo liso

Que atiramos para longe

E vai batendo nas águas calmas.

Há um ponto onde se juntam

Num orgasmo de orvalho que esvoaça

Eu de ardor vestido

Tu noiva de véu de branca espuma

Acolhes-me no leito do teu ventre

Margens frondosas que se alargam

Ao ímpeto de novas vagas.

Teus seios são as levadas

Onde agarro o meu caudal

Teu cabelo de trigo em suas margens

Corcel em disparada

Soltas o grito do teu peito

Águas que se juntam às minhas

Em noites de orvalho fecundo.

Àh, se água fosse o teu amor por mim

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