quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Lei da Morte


Cai a noite no meu pedaço de chão,

Limiar do dia que o tempo agarra

Na luz que o segura em vão

Claridade suave que o negro traga


O uivo do lobo ouve-se além

Na promessa de noite corrida

Ouve-se a ovelha também

Morte na grelha de partida


Vem engalanada, de preto vestida

Empunhando foice e escárnio

Rosto escondido no ímpeto da corrida

Negro capuz que lhe esconde o crânio


Vem a morte assim mandada

Pelos montes e cercanias

Sempre em corrida acelerada

Contra o tempo e ventanias


Olho-a de frente quando me alcança

Vislumbro do meu pavor funduras

Faço do medo e coragem aliança

Liberto-me dessas torturas


Liberto-me da lei da morte

E todo esse tipo de sorte

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