Cai a noite no meu pedaço de chão,
Limiar do dia que o tempo agarra
Na luz que o segura em vão
Claridade suave que o negro traga
O uivo do lobo ouve-se além
Na promessa de noite corrida
Ouve-se a ovelha também
Morte na grelha de partida
Vem engalanada, de preto vestida
Empunhando foice e escárnio
Rosto escondido no ímpeto da corrida
Negro capuz que lhe esconde o crânio
Vem a morte assim mandada
Pelos montes e cercanias
Sempre em corrida acelerada
Contra o tempo e ventanias
Olho-a de frente quando me alcança
Vislumbro do meu pavor funduras
Faço do medo e coragem aliança
Liberto-me dessas torturas
Liberto-me da lei da morte
E todo esse tipo de sorte
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