A aldeia tinha um largo
Tão largo que a largura
Era medida na fundura
De olhos sem cor, sem vigor
Perdidos nos anos
Olhar no vazio, tempo de espera
No largo em terra larga
De funduras largas
Em largo desespero
Do tempo em que largavam
Crianças largadas, prenhas de fome.
E na fundura desse largo
O abade largo prenho de gula.
Largas as funduras das bolsas
De infinita fundura
Prenhas de avareza.
No fundo, bem ao fundo
Do largo, um cemitério
Porta estreita
Que largo é o tempo de espera
Da morte que do fundo espreita.
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