segunda-feira, 23 de março de 2009

Diário de bordo




Olho o vazio em frente
No paralelismo de trejeitos
Cúbicos, rectos, cilíndricos
Arredondados com preceitos

Do sismo que me toma
Quiçá doente e dolente
Na paralisia que me aconchega
E ao meu olhar demente

Não lhe busco formas nem as quero
Impingem-mas, no resultado do concreto
Na longa parede de plano descendente
Ou ascendente, que não o tenho como certo

Vejo a longa parede onde lhe falta
O tijolo, buraco aberto á demência
Que me tomam, mas que não quero
Ser a pedra dessa intransigência

Louco seria na minha religião
Se me tornassem parte dessa parede
Não busco deus, nem dele preciso
Em fonte da justiça mato minha sede

Não me saciei nunca,
Não sei se alguma vez o farei
Mas bebo dessa esperança,
Mas…louco e cego, serei?

1 comentário:

  1. Hoje em dia, quem ainda tem esperança, pode ser realmente apelidado de louco...
    Gostei imenso do poema. Nunca te sacies!

    Beijinhos

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