quinta-feira, 26 de março de 2009

Barca da fantasia II


Fiz um barquinho de papel
Larguei-o nas águas do rio
Foi descendo suavemente
Deslizando em suave corrupio

Tinha meu barco, mastro magistral
Imaginava-me em cima, olhos no poente
Indicando à mão segura no leme
Destino a seguir na placidez da corrente

Da beleza que lhe sinto nesse deslizar
Na certeza que sinto em mim coerente
Na vida que me traga sem destino ou direcção
Mas sigo da mesma forma imponente

Cada onda que o abana, não o derruba
Trajecto falhado que mais lhe acrescenta
Saber, orgulho de vela erguida
Contra a outra que depressa rebenta

E tão frágil o meu barquinho
Mas teimoso no deslizar
Que nem a represa que aí vem
O vai conseguir naufragar

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