quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Vestido de morte


Cai a noite na viela escura
Dorme ao relento
Desprotegido do vento
Sofre de doença sem cura

Veste-se de sujos trapos
Olhos sem altivez
A morte espera a sua vez
Acoitada entre os farrapos

Adia-lhe a hora da chegada
Com a sopa da misericórdia
Tece com a fome a rapsódia
De morte nunca lamentada

Vestido de perigo
Despido de orgulho
Em sono sem barulho
Deixem dormir o mendigo

Que de menino tem a graça
Mas não tem a condição
Só a densa subtracção
Da morte que o abraça

(schiuuuu)

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