terça-feira, 21 de abril de 2009

Hora de ponta


Tanto tempo no trajecto
Ainda sem meta à vista,
De frente com o tempo
Raso de chão calcorreado
Pisado na esfera de palmilhas gastas
Na pressa de trajectos sem janta á vista
Na ditadura do ponteiro das horas
Do tempo que dita a estrada
Nos congestionamentos
Que volteiam a norte
Em encruzilhada cardeal
Do tempo em espera
Subtilezas de quem, apressado
Rodeia o moribundo
Sem hora para esperar
Que a morte lhe bata á porta.
Zebra de passadeira,
Buzina ensandecida
Escape roto
Autocarro em queda livre
Avenidas
Ruas e ruelas
Becos de mão estendida
Trôpegos de vida parida
Sem saída os mendigos
Que já foram meninos
Mortos…em contramão
Relógio que dita o tempo
Do tempo que se perdeu
Com o morto que na desdita
Tempo perdeu…aos que a casa voltam

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