terça-feira, 7 de abril de 2009

Poeta que não queres ser


Profetas da desgraça que tendes a palavra usada como arma de arremesso.
De falsos poetas e prosadores que confundem a arma com a guerra.
A guerra é o acto, a arma o instrumento, a palavra é a adaga
Presa no pulso, nunca arremessada que o bom soldado
Nunca se separa da sua arma, usa-a na batalha
E morre agarrado a ela, extensão do corpo
Tresmalhada pelo mesmo sangue
Que escorre profuso
No calor da luta
Refrega
Sangue
Pus.
No
Passo
Descompassado
Da palavra em riste
Desmesurada na violência
Que emprega na arte de ferir, solta
A palavra que fere mas também consola,
Afaga os tristes, liberta os oprimidos, rasga fronteiras,
Dobra a finados na hora da tua morte, dá esperança e alivio a quem
Por ti chora. A palavra é em si vida e morte, negação de si própria, atribulações
De ti e de mim, se sem ela não vives porque é com ela que queres destruir, ferir e matar?

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