sábado, 11 de abril de 2009

Devolve-me a madrugada


Na fúria insana do teu desprezo
Rasguei os versos que te plantei
Hoje, do que tenho mais saudades
É das palavras que te dediquei

Não do teu peito oferecido
Nem do teu ventre húmido
Choram-me os olhos plácidos
Pelo verso em ti colorido

E eram tão lindos os meus versos
Como o romper da aurora
Nessa madrugada que me roubaste
No limbo que me sinto agora

Prometi ao Sr. dos Santos Passos
Subi o escadario do Bom Jesus
Fiz novenas á Santa Rita
A Sto António pedi a luz

Nenhum santo me valeu
Em nenhum encontrei o versejar
Das doces palavras que te fiz
Inspirado no teu doce andar.

Revolvo-me no leito que já foi teu
Procuro-te nos espaços vazios
Perdi para sempre esse calor
De lençóis húmidos de mil cios

Não choro pelo teu triste canto
Choro por este triste fado
De te perder e contigo teres levado
Os versos que te fiz enamorado

Devolve-me as palavras que te fiz
Que te versejei ao ouvido sem pudor
Vem ao meu cantar-me sussurrante

As estrofes urdidas em amor

Sem comentários:

Enviar um comentário