terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O mar levou a Teresa


O maldito mar levou a Teresa
Enquanto ela ouvia o marulhar
Das ondas tempestivas na orla
Da praia, perdida na incerteza

Desapareceu num final de tarde
A pobre Teresa, assim levada
Nos seus devaneios solitários
Buscando a incógnita verdade

Foi levada na praia do Furadouro
Deu á costa na praia de Esmoriz
A pobre Teresa desfalecida
Lá para os lados do ancoradouro

Abandona três meninos á sua sorte
Três almas que além da desdita
De perder a pobre e triste mãe
Ficam agora sem rumo e sem norte

Vão para um lar de acolhimento
Dizem as notícias que nos veem
Descrever o macabro da morte
Esquecidas do triste sentimento

Que tenho em viver num país
Que acolhe a morte de uma mãe
Condena os filhos a morte lenta
E continua a viver alegre e feliz.

Cai assim, como o mar sobre a Teresa
Uma morte sem tumba nem epitáfios
Duma imprensa e de um pobre país
Que só da triste morte lhe dão a certeza

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