quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Seara de Maio


Céu recortado no horizonte
Pela planície folheada a ouro
Trigo de seara que não colhi
Nesse olhar meu eterno tesouro

Lá até onde alcança a vista
Perdida em azuis de marés
De um céu sem nuvens
Sem um chão para poisar os pés

Vislumbro fragmentos de mim
Ventos no rosto que me sabem a ti
Seara de Maio semeada assim
Como um rio que em mim flui

Não correm rios no teu chão
Nas marés de ouro debruado
Da mais pura filigrana recortada
De um beijo em ti repousado

Anoitece na tua seara
Entardeço nessa espera desmedida
De um dia, queiram o céu e as estrelas
Em que te afundas como que despida

Fazer-te galáxia de mil sóis
Em brilhos orgásticos de sol poente
Na tarde em que te anoiteço
Fazer-te madrugada de sol nascente

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