domingo, 11 de abril de 2010

Barco de papel


A folha em branco à minha frente
é todo um mar de sugestões,
longe de ser vazia
é o verde-esmeralda do mar
que te enovela os cabelos,
branca sim,
a cor leitosa da tua pele
que me embriaga o tacto.
Translúcida a imagem
que me perpassa do teu olhar
e se esbate no meu
nas íris que perscruto
em busca não sei de quê
mas que tu me descobres
no brilho que lhes imprimes.
É de papel o barco que sou
nas flutuações do teu sentir,
vogo ao sabor do teu querer.
Como rasgar a minha folha
ainda que em branco permaneça?

1 comentário:

  1. Belo deslizar, ora sobre o papel em branco que convidativo provoca a escritura, a construir uma bela história, ou ainda a continuação dela; ora barco apaixonado num mar de sentimentos. Belo poema!

    A descrição do seu perfil é também uma obra poética: "sou sonhador, lirico e o chão que piso é uma busca incessante".

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