sexta-feira, 26 de junho de 2009

Morte ao negro


Morte ao negro da ignorância,
Morte ao negro do pedestal
Que segura a fraca e efémera esconjura,
Aviltante do livre pensamento,
Em voo raso ou altaneiro,
Porque o voo não se explica,
Apreende-se e observa-se.
Morte ao negro da intolerância,
Morte ao negro do egocentrismo,
Porque o voo da garça
Não é menos belo
Que o voo da andorinha.
Será mais nobre o voo do falcão
Que busca a caça no ar
Ou o deambular do abutre
Que espera despojos em terra?
Só quero ter asas e voar,
Intrépido e capaz
Como a águia de altos voos,
Lento e rasante
Como o albatroz
Em ponto de fuga,
Frágil e tremente
Como o beija-flor em equilíbrio.
Morte ao negro de alma
De quem empunha o fuzil
Na tentativa de me cercear.

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