quinta-feira, 10 de setembro de 2009


Na tua varanda e eu na minha
Tínhamos uma realidade paralela
Da minha via-se a tua, da tua a minha
Sem que os nossos pais dessem por ela

Recitava-te um poema na hora do terço
Quando à Senhora se rezava a novena
Via teu olhar gaiato, enrubescido
Perdia-me de amores nessa face morena

Encontrávamos pontos de fuga
Roubávamos beijos às escondidas
Não quero nunca esquecer
Essas promessas que julgas perdidas

Na tua varanda e eu na minha
Fazíamos bolinhas de sabão
Soprávamos com uma palhinha
Criávamos essa terna ilusão

De a minha e a tua bolinha
Se encontrarem lá no alto
Fundirem-se numa só
E o teu coração tomar de assalto

Nessa bolinha tudo nos era permitido,
Dizer-te que te amo e ouvir tua voz
Responder-me que sim, que o infinito
Nos pertencerá sempre a nós.

Não rebentou nunca essa bolinha
Multicolor, cor do céu e do nosso amor
Sobe ainda para lá da nossa vontade
Cor de esperança e de ardor.


Tanto, tanto...

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