terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Memórias /rimas tradicionais do Minho


Não corre água no regato
Mirraram as flores no canteiro
Não há mais cor no meu céu
Embrutecido entre o nevoeiro

Desce o pranto da saudade
Rouba-me o tempo de te amar
Cada minuto que passa
É ampulheta a virar

Subi o escadario do bom Jesus
Fiz novena à Senhora das Dores
Fiz promessa aos Santos Passos
Nada aclamou os meus ardores

Secaram as mimosas nos meus olhos
Acinzentou o verde do meu Minho
Já não vejo o teu sorriso
Que me punha assim sem tino

Resta-me a memória dos teus gorjeios
Da gargalhada, que me provocava o riso
Tua pele morena e trigueira
Teus lábios que me tiravam o siso

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