sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Meu poema amargo e doce


Tens travo de citrino,

Daqueles que provém

De árvores expostas ao sol,

Cujos raios amadurecem

O teu apetecido fruto,

Numa generosidade de mel

Que me escorre queixo abaixo

Quando te mordo um gomo.

És laranja amarga e doce,

Grande, polpuda, de casca fina.

És tangerina acabada de colher,

Poema á natureza que te fez assim,

Doce.

Minha laranja, meu poema

Que desfolho gomo a gomo

Na expectativa de em cada parte

Redescobrir tua doçura.

Inunda-me a boca e os sentidos

Minha laranja, meu poema…

Teu sumo adoça-me a boca

Teu poema dá-me a cor

De laranjais sem fim.

Como te quero minha laranja

Meu poema…

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