quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Há tanto tempo que não canto o mar


Há tanto tempo que não canto o mar,
Não me recorda o teu olhar sereno
O crepitar da maré contra a areia
Nas vagas do teu corpo ameno

Há tanto tempo que não canto o mar
Não me recorda o teu liso cabelo
As ondas de espuma vagarosas
Que acercas ao meu corpo sem apelo

Há tanto tempo que não canto o mar
Não me recordam os teus seios perfumados
As dunas da mais bela praia
O cheiro do sal por todos os lados

Há tanto tempo que não canto o mar
Não me recorda o teu húmido ventre
Tempestades de vagas alterosas
Sagas e fábulas de amor ardente

Há tanto tempo que não canto o mar
No lusco-fusco da madrugada
Nessa hora dormente e amena
Em que queres ser encontrada

Há tanto tempo que não canto o mar
Nesse cantar de sereia em que encantas
Nesse torpor de esquecer, tudo.
Vestir a saudade do cheiro que espantas

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